segunda-feira, 10 de abril de 2017

amora

Nos 33 contos reunidos em "Amora" encontramos histórias de mulheres que fazem sexo uma com as outras; sentem ciúmes; visitam tios e avós aos domingos; tem crises depressivas e vontade de caminhar; experimentam o preconceito da família; gozam de prazer; ouvem palavras veladas, que entendem mas fingem não entender; se matam ou se deixam morrer; lamentam a ausência e a noite; contam mentiras bobas; são descoladas e modernas, ninjas da cultura pop; enfrentam demônios e decepções amorosas; trocam cartas frívolas e cartas de amor; sonham e choram; mentem, traem maridos e namoradas; envelhecem juntas; sabem todas as gírias do bas-fond; roubam namoradas das amigas; viajam; se orientam e se desorientam; tomam vinho barato em copos de plástico; entram de penetra em festas; vão a universidade; trepam em banheiros; se divertem ansiosas, mas sem culpa; são ingênuas ou calculistas; consultam psicólogos; passam por metamorfoses bruscas; divagam em dias de chuva; planejam vinganças; amam ir a enterros e cemitérios; são venenosas; desmascaram falsos amigos; desconfiam umas das outras; são espirituosas; flertam com estranhos; se machucam e sabem machucar; falam e vivem o amor. Enfim, são histórias de mulheres. E ponto. Natalia Borges Polesso ganhou o prêmio Jabuti de contos ano passado com esse livro (meu exemplar comprei em outubro de 2015, na Feira do Livro de Porto Alegre, com direito até a uma dedicatória dela, mas só agora ele saiu de meus guardados). A capa, assinada pelo Samir Machado de Machado, e o projeto gráfico, assinado por Guilherme Smee, fazem jus ao bom texto da Natalia. Vale.
[início: 08/03/2017 - 10/03/2017]
"Amora", Natalia Borges Polesso, Porto Alegre: Não Editora, 1a. edição (2015), capa-dura 14,5x21 cm., 256 págs., ISBN: 978-85-61249-56-4

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